O Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) e a Superintendência de Museus se juntaram à Biblioteca Parque da Rocinha para dar início às oficinas Patrimônio Cultural – Memória nas Favelas. Às duas primeiras coube montar e expor as aulas, tendo como apoio um livro produzido pelo Inepac. A biblioteca, além de oferecer o espaço para as aulas teóricas, foi o ponto de partida, juntamente com o Museu da Rocinha Sankofa, para se chegar ao roteiro definitivo, com os pontos mais significativos da região.
Desde 1992, a Rocinha recebe visitas de turistas, o que, com o tempo, levou à criação de um circuito a pé. O roteiro anterior foi auxiliar do que se firmou a partir da oficina. O historiador Fernando Ermiro, coordenador da biblioteca, e o geógrafo Antônio Firmino, do Sankofa, ajudaram na hora de trazer à luz as preciosidades locais e os patrimônios materiais, imateriais e naturais. O passeio tem tido tanta procura que deve passar a ser semanal.
– Inventariar e reconhecer o patrimônio local faz com que a comunidade se reconheça – explicou Sérgio Linhares, diretor do Departamento de Pesquisa e Documentação do Inepac.
Educação e preservação
A oficina de Patrimônio Cultural – Memória nas Favelas tem carga horária de 16 horas, com uma parte teórica e um passeio pela região. Mas haverá outras séries: Memórias Periféricas, Memórias do Interior e Memórias Litorâneas, contemplando espaços em todo o estado.
Ainda na capital, Manguinhos e Vila Kennedy são pontos que receberão as aulas. No estado, haverá turmas em Niterói, Quissamã, Campos e Mangaratiba, por exemplo.
– O mais interessante dessas oficinas colaborativas é perceber que existem agentes multiplicadores praticamente prontos, e a ideia é dar sequência. A equipe do Museu Sankofa já atua em prol do patrimônio e das referências culturais. Nossa ação foi mais de fomento – disse Manoel Vieira Gomes Junior, diretor-geral do Inepac.
A instituição vai avaliar o mérito das referências culturais de cada comunidade para eventual proteção. O objetivo final do programa é preservar essa memória coletiva.