​Texto: Soraya Batista / Fotos: André Redlich

O Complexo do São Carlos já está no ritmo das Olimpíadas de 2016. Nesta quarta-feira (16/9), a comunidade da Mineira recebeu o Comitê Olímpico e Paralímpico Brasileiro, o Comitê Olímpico do Consulado Francês, além do cônsul do Japão, para fazer uma visita na região. Além de conhecer alguns atletas, os moradores tiveram oportunidade de praticar um esporte olímpico, sob a supervisão de atletas profissionais.

Depois de conhecer a comunidade, membros do comitê paraolímpico decidiram fazer uma atividade diferente na quadra da Mineira, com as crianças e adolescentes da região. Os atletas ensinaram técnicas do esporte arco e flecha, modalidade olímpica pouco divulgada no Brasil. Apesar do nervosismo inicial, a criançada se divertiu, tentando acertar os alvos.

“O evento foi aberto para toda a comunidade e muita gente se interessou em participar. Foi bem interessante, todos gostaram bastante e foi uma forma de aproximação com os moradores. O evento teve a participação até de agências de notícias americanas, francesas e japonesas”, conta o subcomandante da UPP São Carlos, Marcos Silveira Prudêncio Domiciano.

A visita dos comitês à comunidade foi articulada pelo rapper, articulador e produtor cultural Jovem Cerebral. Ele explica que a atividade é uma espécie de preparação para o Festival Planeta Ginga, evento franco brasileiro de cultura urbana e cinema, que vai acontecer em outubro no Complexo do São Carlos e que terá a presença de artistas europeus.

O artista, que é nascido e criado na comunidade do São Carlos, ressalta a importância de atividades culturais para os moradores da comunidade. Ele conta que o hip hop, por exemplo, o salvou de ter um destino de muitos jovens moradores de comunidades. Ele saiu do mundo do crime para participar de movimentos sociais e hoje é conhecido internacionalmente pelo seu trabalho.

“A arte e o esporte só tem a fomentar dentro do jovem a vontade de percorrer novos caminhos. Quem mora em comunidade sabe a dificuldade enfrentada, tendo que disputar os jovens com a criminalidade. Nós, dos movimentos culturais estamos tentando fazer a nossa parte, com as nossas próprias forças”, afirma Jovem Cerebral.

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