Soraya Batista
Depois de Manguinhos e Jacarezinho, a Casa do Trabalhador chega à Rocinha, nesta terça-feira, 20 de maio. O espaço de cidadania criado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (Setrab) vai funcionar na Biblioteca Parque da comunidade, às 9h, com um café da manhã para autoridades, moradores e convidados.
Localizada na Estrada da Gávea, nº 454, a unidade da Casa do Trabalhador da Rocinha terá duas salas multimeios, sala de informática, cozinha industrial e espaços para cursos. Os trabalhadores poderão se inscrever em aulas de Espanhol Básico (20 vagas), Informática (Aprenda a clicar) (15 vagas), Educação orçamentária (15 vagas), Inglês Intermediário e Culinária (Bolos e Confeitagem). Este último não tem número de vagas definido. A capacidade de atendimento será de aproximadamente 300 a 500 pessoas, por dia.
O objetivo é oferecer à população a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e se inserir no mercado de trabalho. Os cursos são uma parceria da Strab com o Sesi/ Senai, Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Em julho do ano passado, a inauguração da Casa do Trabalhador, em Manguinhos, abriu um novo horizonte de oportunidades para a população. Com 10 salas e capacidade para atender 800 pessoas por dia, a unidade levou cidadania e serviços para comunidades que antes eram privadas de atendimento básico. Nestes quase 10 meses, a unidade encaminhou mais de 10 mil trabalhadores para vagas de emprego e capacitou 14 mil pessoas, em 32 cursos de qualificação profissional.
“A Casa do Trabalhador consolidou a ocupação social, com oferta de serviços e infraestrutura de atendimento. Depois da Rocinha, vamos inaugurar ainda este ano uma unidade do Complexo do Alemão, para atender aos trabalhadores da comunidade. Eles vão encontrar ali não só a perspectiva de ampliar sua formação, mas também uma mediação social em aspectos plurais da cidadania. Esse é o objetivo que perseguimos desde o início”, afirma o Secretário estadual de Trabalho e Renda, Sérgio Romay.
Resultados
Silmara Bernardo, coordenadora da Casa do Trabalhador, está ansiosa com o novo espaço. Ele diz que o objetivo dessa unidade é ampliar um trabalho que já vem dando muito certo em Manguinhos.
“Queremos melhorar o atendimento individualizado ao trabalhador e oferecer cursos para as pessoas que queiram se qualificar para ingressar no mercado de trabalho. A ideia é ampliar o horizonte dos moradores das comunidades pacificadas, contribuindo com a formação e a cidadania do trabalhador”, afirma Silmara.
Silmara disse também que uma das propostas da Casa do Trabalhador “é ajudar o cidadão a melhorar de vida e a se superar”. Foi o caso da cabeleireira Francisca Maria Alves, 46 anos, que é protagonista de uma história de superação. Nordestina, ela chegou à comunidade de Manguinhos há 16 anos, junto com seu ex-marido e seus oito filhos, para começar uma vida nova. Em busca de uma vida melhor, aprendeu o ofício de manicure e cabeleireiro e montou um pequeno negócio.
Mas ela queria mais. Por meio de uma amiga, ele soube que a Casa do Trabalhador, em Manguinhos estava oferecendo um curso de maquiagem. Sem perder tempo, procurou a instituição para fazer a inscrição. O curso teve a duração de três meses e, segundo Francisca, o resultado final valeu a pena.
“Tive um professor que era ótimo e aprendi técnicas profissionais de maquiagem. A maioria dos salões de beleza do bairro tem apenas cabeleireiro e manicure, mas eu vou ter um diferencial, que é o de poder maquiar minhas clientes. Já estou montando o meu novo salão de beleza. Vai ser pequeno, mas futuramente quero ampliá-lo”, diz a cabeleireira, que quer aproveitar as oportunidades surgidas com a pacificação.