Alfredo Mergulhão
As 120 crianças atendidas pelo projeto de canto coral e instrumentos musicais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) São Carlos, localizada em Estácio, estão cada vez mais afinadas. Depois de um ano e meio de atividades, elas sabem tocar flauta doce e violão, além de cantar no tom correto. As aulas são oferecidas por dois policiais da UPP.
"As crianças têm contato com a música popular e ainda ganham uma alternativa de contraturno escolar. Conosco elas evitam contato com as más influencias", afirma o soldado Hindemburg Carrilho Neto, responsável pelo coral e pelas lições de violão. As aulas de música ocorrem as terças e quintas-feiras nas escolas Mem de Sá e Canadá. Na sexta-feira o projeto é realizado no Centro Social Chuveirinho, também na comunidade.
O policial é músico desde a infância, influenciado pelo avô que o ensinou a ouvir ópera. Ele também já cantou profissionalmente como backing vocal e foi vocalista de banda de rock antes de entrar para a corporação. O soldado Carrilho conta que a música tem melhorado o desempenho das crianças na escola. "A música trabalha a concentração e isso ajuda na sala de aula. Nós também cobramos bom desempenho escolar para participar do projeto e, assim, a gente ajuda a reduzir a evasão. Recebemos muitos elogios dos pais", explica.
Responsável pelas aulas de flauta doce e violão, o soldado Marcelo Baptista de Paula destaca a velocidade que as crianças têm para dominar os instrumentos. “Aprender a tocar exige atenção e raciocínio lógico. Então se torna um desafio para eles. Mas é um esforço feito com prazer e que dá certo no final”, diz.
O soldado Baptista é sobrinho do maestro Jorge de Paula, atualmente diretor da Escola de Música de São João de Meriti. “Ele foi meu principal incentivador e agora posso repassar o que sei para as crianças da comunidade”, relata. Paro o fim do semestre, os dois policiais que organizam o projeto vão juntar as turmas e realizar uma apresentação.