​Soraya Batista

O esporte virou arte. Nesta sexta-feira (19/12), ocorreu o lançamento da exposição “De Braços Abertos”, no Centro Cultural Light, no Centro. A mostra exibe fotos das 10 edições da corrida De Braços Abertos, evento esportivo que acontece nas comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

A exposição vai até o dia 23 de dezembro e é composta por um grande painel e seis totens que retratam a Corrida de Braços Abertos, além das ações que são feitas nas comunidades. As imagens mostram projetos como o “Grafite seu esporte”, que ensina arte a jovens da comunidade; “Fotografe sua Ideia”, que reúne as melhores fotos dos moradores; “Mini Corrida”, que fomenta a participação das crianças nos esportes, além de imagens de doações de alimentos e capacitação profissional de moradores. 

Bernardo Fonseca, organizador geral do projeto de Braços Abertos, conta que a ideia da iniciativa surgiu durante a pacificação da Rocinha. Segundo ele, a Secretaria de Segurança viu que não bastava só retirar bandidos, mas era necessário resgatar a cidadania da comunidade. Foi aí que decidiram usar o esporte como plataforma, porque integra as pessoas que são do Morro, com as pessoas que são do asfalto.

“A gente está aqui comemorando a décima edição do projeto. Nós vislumbramos realizar apenas uma, mas foi um enorme sucesso e expandimos. Estamos aqui comemorando dez histórias consecutivas, bem sucedidas, de interação com a comunidade, de aproximação da UPP com a comunidade local e de unificação da sociedade com as comunidades pacificadas”, diz o organizador, que pretende realizar cinco corridas em 2015.

O coronel René Alonso, comandante do Comando de Operações Especiais (COE), foi um dos grandes incentivadores do projeto, na época em que ainda era comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE).  Ele percebeu que era necessário criar alguma coisa que fomentasse a integração entre a população, a polícia e os demais segmentos do estado.

O secretário de Segurança José Mariano Beltrame, que participou de várias edições da corrida, ressaltou a importância do projeto para a integração entre a Polícia e a comunidade. Ele conta que levanta a bandeira de integração de outras áreas desde a primeira pacificação.

“Não existe dinamismo de integração social com efeitos mais rápido que o esporte. Isso ainda é uma necessidade, ainda é uma deficiência que infelizmente nós temos no Rio de Janeiro.” 

Durante o evento, o grafiteiro Marcelo Lamarca, coordenador do “Grafite seu esporte”, fez um quadro de grafite ao vivo. De acordo com o artista, ele desenhou pássaros, que simbolizam família, união e amizade.